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domingo, 15 de dezembro de 2013

Deadly #14 - Epílogo



Ali, Interruputed
Tradução completa

Alison correu até seus músculos doerem e seus pulmões queimarem. Quanto mais ela corria, menos ela pensava, e, quanto menos ela pensava, menos ela se importava. Assim que chegasse no lugar em que precisava estar, ela não se arrependeria de sua decisão. Aquela era a única solução. Ela salvou a própria pele. 

Ela andou até o lugar que ela construiu algumas semanas atrás, sem Nick saber; um lugar que era só dela. Ela tirou as chaves de um bolso secreto, costurado em seu jeans, abriu a porta, caminhou pelo corredor escuro e deitou em uma cama recém montada, sem olhar para a pilha de correspondência que deixou lá na última vez em que esteve no lugar. As correspondências eram endereçadas à Maxine Preptwill, seu novo pseudônimo. Ela sempre gostou desse nome por ser engraçado e uma espécie de anagrama de Nick Maxwell; esse também era o nome que ela usou com Noel para os encontros secretos entre eles. Durante muito tempo, ela pensou que tipo de pessoa seria Maxine. Uma menina quieta e resguardada. Um rosto amigável ao andar pelo bairro, uma menina que seria destaque na faculdade da vizinhança, onde ela pretendia se inscrever com a sobra do dinheiro conseguido por Nick - ela escondeu pequenas quantias de dinheiro toda vez que encontrava com Nick, garantido seus ovos de ouro. Ela também usaria o dinheiro para consertar seus dentes, dar um jeito no cabelo e fazer plásticas nas queimaduras. Ela voltaria ser linda e irresistível. Ela precisava colocar outra pessoa sob seu feitiço.

Ela ficou deitada por um longo tempo, olhando para o teto, pensando em tudo que tinha acontecido. Ela pensou em Nick, mas não sentiu nada. Era melhor assim. Sem arrependimentos, não há complicações. Ela estava livre.

Ela pensou em ligar a televisão; ela colocou papel alumínio na ponta da antena para poder acompanhar as notícias. Mas ela não tinha certeza se estava pronta para ver o que tinha acontecido. Homem é preso pelo assassinato de Tabitha Clark. Finalmente, as belas mentirosas dizem a verdade. Ela seria obrigada a ver imagens de Nick após ser agredido com o revólver, seus olhos fundos, com uma expressão atormentada no rosto. Ele era o menino mais inteligente que Ali conheceu, mas ele ainda não sabia o que tinha acontecido com ele.

Ok. Ela não queria que as coisas terminassem daquele jeito. Ela odiava pensar que aquelas biscates conseguiram escapar. E ela odiava pensar que foi ela quem entregou Nick. Mas ela sabia o que aconteceria se ela também fosse pega. Assim que ouviu o barulho das sirenes, ela entrou em pânico e começou a imaginar a polícia invadindo o lugar, prendendo Nick... e, depois, ela.

Aquilo não poderia acontecer.

E foi assim que ela escapou. Quando os policiais encontraram Nick, ainda inconsciente no chão, Ali já estava bem longe. Ele provavelmente disse aos policiais que foi ela quem armou tudo aquilo, o que era a mais absoluta verdade. Se Ali não tivesse uma prova concreta para incriminar Nick, a polícia iria atrás dela. Felizmente, ela tinha uma prova. 

O vídeo. Nick nunca soube que ela o filmou. Mas é isso que você precisa fazer para sobreviver nesse mundo. Você precisa de cartas na manga. Você precisa guardar segredos e contá-los no momento certo.

Mesmo assim, quando Ali fechava os olhos, Nick dominava seus pensamentos. A primeira vez que eles se viram na Preserve, durante a terapia de grupo. Nick jogou uma bolinha de papel em Ali, para chamar a atenção dela. A primeira vez que ele a levou até a sala secreta, que apenas os pacientes mais legais conheciam; foi nessa vez que ela escreveu na parede, com letras de bolha, o nome pelo qual todos a conheciam: Courtney. Nick era o único que sabia seu verdadeiro nome. O jeito como ele ouvia atentamente a terrível história sobre a troca. Como ele prometeu que ajudaria ela a se vingar.  

Ela lembrou quando Nick apareceu no quintal na noite em que Courtney morreu. Depois que deu a pazada em Courtney, ele abraçou Ali com força, repetindo que a amava e estava tão orgulhoso. Aquilo sim era amor verdadeiro. Alguém que mataria por você, quantas vezes fosse preciso. Alguém que iria até o fim do mundo para satisfazer seus desejos.

Mas agora, algo dentro dela virou aço. Só os fortes sobrevivem, decretou. Mesmo que Nick, quando fosse julgado, falasse qualquer coisa sobre ela e afirmasse que ela estava viva, não havia provas. Ela sempre tratou de não deixar rastros. Além de que, foi ele quem matou Tabitha. O vídeo não mentia. 

Ela rolou pela cama, passando a língua no espaço em que faltava um dente. "Ele que se dane!", proclamou em voz alta. "É hora de seguir em frente. Sou Alison. E sou fabulosa!"

Ela sabia, sem sombra de dúvida, que faria a coisa certa da próxima vez, sem erro. E, quando aquelas biscates menos esperassem, ela as pegaria. Ela encarou os fatos: ela sabia que era uma pessoa impaciente. E ela sabia que seu próximo passo aconteceria bem antes do que ela planejava.

Ela não podia esperar.

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