terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Vicious/ Cruéis #16 - Prólogo

Prólogo - Identity Crisis
Tradução completa

Você já pensou em recomeçar sua vida? Fugir da escola, da sua cidade, da sua casa, e até mesmo da sua família e amigos, recomeçando em outro lugar? Mudando seu jeito de observar as coisas, o que você gosta, e quem você é. Em um novo lugar, você não teria nenhuma cruz para carregar. O seu passado e futuro seriam um ponto negro. Claro, você já não seria você, e isso confundiria sua mente. E isso seria péssimo para as pessoas que se preocupam com você a ponto de colocarem seu rosto em uma caixa de leite. Claro, é só uma suposição. Mas para uma menina manipuladora de Rosewood, não é uma suposição. É sobrevivência. E para suas quatro inimigas, pode significar o fim de suas belas vidas- para sempre.

A primeira coisa que Alison DiLaurentis havia notado quando acordou foi como seus lençóis eram macios. Seu travesseiro era baixo e fofinho, e seu cobertor cheirava a amaciante fresco. O sol que refletia pela janela aquecia suas pernas, e um pássaro cantava alegremente pelas árvores. Era como se ela estivesse dormindo no paraíso.

Ela sentou-se sobre a cama, e abriu um grande sorriso. Ela estava livre. Mais uma vitória para Ali D.

Ela pegou o controle remoto e ligou a pequena televisão, que estava no canal CNN. A mesma notícia que havia assistido noite passada estava sendo transmitida: As maldosas vão ao tribunal. Fotos da época escolar de Spencer Hastings, Aria Montgomery, Emily Fields, e Hanna Marin ficaram estampadas na tela. Os repórteres falaram sobre como as quatro meninas haviam assassinado brutalmente Alison DiLaurentis e agora estavam no tribunal, de frente para a vida na prisão. O sorriso de Ali se ampliou. Foi exatamente como havia planejado.

"Vestígios de sangue de Alison foram encontrados em uma casa com piscina, abandonada em Ashland, Pensilvânia. A polícia trabalha duro para encontrar o corpo dela", diz um repórter. "Os investigadores também encontraram um diário de Alison, no bosque, fora da casa da piscina. Ele detalha como as meninas metodicamente capturaram e a torturaram".

Um homem baixo, de cabelos grisalhos encaracolados e óculos com armação de arame apareceu na tela. O nome "Seth Rubens" aparecia na legenda. O advogado de defesa. Ele era o advogado que representava as meninas. "Além das minhas clientes não terem torturado Alison," ele disse, "também não tiveram nada a ver com o assassinato. O julgamento vai provar..."

O noticiário o interrompeu no meio da frase. "Estão sendo abertas as declarações para o julgamento que vai começar na próxima terça-feira. Fique ligado na cobertura total do evento. "

Ali se jogou de costas na cama e mexeu os dedos dos pés. Por enquanto, estava tudo bem. Todo mundo acreditou que ela havia morrido, e todos achavam que essas vadias tinham a matado. Tinha sido uma jogada ousada, mas ela conseguiu. E fez quase tudo sozinha.

Tinha sido arriscado voltar para Rosewood, Pensilvânia, após seu último plano para trazer junto as velhas amigas de sua irmã. Mas ficou com raiva disso... de novo. Afinal de contas, ela planejou tudo detalhadamente: seu namorado e cúmplice, Nicholas, havia se inflitrado na vida das meninas verão passado. Primeiro ele havia pegado parte da sua enorme conta bancária para voar para a Jamaica e planjear uma fraude bem elaborada para todas as meninas. Em seguida, foi para a Filadélfia para alvejar Spencer, para a Islândia para enrolar Aria com problemas internacionais, e voltou para a Filadélfia para descobrir segredos sobre as outras duas. Quando a merda estava feita, as mentiras saíram do controle, Ali e Nick começaram rumores de que as vadias tinham um pacto de suicídio - e espalharam para a imprensa, para as crianças na escola, via Facebook, e até para pessoas aleatórias ao redor de Rosewood. Savendo que as meninas estavam procurando por Ali, Ali e Nick implantaram pistas para o paradeiro dela, levando-as para o porão de um edifício em ruínas em Rosewood. As meninas deveriam ter morrido lá. Os policiais deveriam ter chegado depois que tudo havia acabado, quando Ali e Nick já tinham escapado, para pensarem que havia sido um suicídio em grupo.

Mas não foi isso que aconteceu. De alguma forma, as meninas foram salvas, e os policiais prenderam Nick. Ali havia fugido, mas com uma angustia no peito. Quanto tempo Nick iria ficar pensando que Ali tinha morrido no incêndio do edifício há um ano, e que Spencer, Aria, Emily e Hanna também estavam mortas? A cadeia deve ser terrível, especialmente para um garoto rico que estava acostumado a dormir em lençóis de ouro, e que teve que furtar uma máquina de som da Target, porque ele precisava de música com áudio excelente, mesmo quando estava em uma fuga.

Depois de tudo isso, uma lâmpada acendeu na cabeça de Ali, dominando todos os pensamentos que se encontravam lá. Você tem que convencê-los, ela pensou. Você tem que acabar com isto.

E foi isso que ela fez. Primeiro ela escreveu um diário, uma história tão brilhante que merecia um "A" em Inglês. Ela descreveu seu relacionamento com Nick como algo sórdido e abusivo, algo tóxico, e que Ali foi arrastada para uma fúria assassina sem escape. Nick matou minha irmã. Nick matou Ian. Nick ateou fogo nos campos de Spencer. Nick matou Jenna Cavanaugh. Foi idéia do Nick, e ele arrastou Ali junto.

Ela escreveu que Nick mal se importava com ela após o incêndio e forçou-a a participar de atividades mais horríveis ainda, ameaçando matá-la se contasse a alguém ou tentasse escapar. Ela escreveu sobre fugir para o porão para ficar longe dele. Falou sobre o quão maravilhoso é se sentir livre - mas como é assustador, também. Ela escreveu que tinha se escondido em um celeiro em Limerick, na Pensilvânia, embora, na verdade, estivesse na casa da piscina de veraneio dos pais de Nick em Ashland... Uma jogada para seu segundo plano.

Ela também tinha escrito capítulos inteiros sobre as liars, criando uma imagem diferente da que o que o público havia assimilado. As queridas amigas da minha irmã, ela chamava, respingando água salgada no diário para parecer com lágrimas. Espero que elas me perdoem e entendam que eu não era a pessoa por trás de tudo isso. Quis dizer isso várias vezes. Ali escreveu que queria ir à Polícia com sua história, mas tinha medo de que não acreditariam nela. Ela escreveu sobre o desejo de escrever anonimamente no jornal, mas não sabia em quem confiar.

Como seu golpe de misericórdia, ela detalhou como as Liars haviam seguido com o plano, encontrando e amarrando-na no celeiro. Ela pediu-lhes para ouvir seu lado da história, mas elas a jogaram em um baú de Spencer e arrastaram-na para longe - embora, na verdade, não fora arrastada para lugar algum, estava na casa da piscina, esperando para ser encontrada. Estou escrevendo com as mãos amarradas, Ali tinha escrito, na verdade, amarrando as mãos para a caligrafia parecer desleixada. "Este diário é o meu único amigo." "Tentei dizer à elas a verdade de novo e de novo, mas elas simplesmente não quiseram ouvir. São loucas. Todas elas. Eu sei que vão me matar. Eu nunca vou sair daqui viva." Suas últimas frases foram catastróficas: Eu acho que hoje vai ser o dia. Estou com tanto medo.

Era uma grande jogada: A data do dia que havia escrivo batia com quando as liars realmente a encontraram na casa da piscina. Ali sabia que viriam - ela havia plantado o recibo no bolso do moletom canguru, e deixou Emily arrancar dela por essa mesma razão. Para terem certeza, espalhou o cheiro de baunilha que usava pela casa. Ela sabia que entrariam na casa da piscina e tocariam em tudo, deixando impressões digitais em todos os lugares. Caíram mais uma vez em um dos truques de Ali. Claro, houve algumas surpresas - como as câmeras que botaram nas árvores - mas até isso ela fez virar a seu favor, especialmente quando Emily teve um ataque de raiva. A equipe de acusação iria registrar isso como evidência.

Agora, Ali estava sentada, usando o laptop, apoiado na escrivaninha e abriu um site. Uma enorme capa dizendo "Enforquem as Liars" apareceu! "Somos os seus Ali Cats, Ali!" Deixando escapar um pouco da felicidade, se inclinou e beijou a tela. Os Ali Cats, um fã-clube que havia começado no ano passado, dedicado completamente a ela. Tinham sido a surpresa mais dócil em tudo isso. Ali os amava, seus ajudantes especiais, seus comparças. Alguns deles arriscariam tudo por ela. Ela gostaria de poder escrever para eles e agradecer a cada um.

Depois de ler alguns posts dos Ali Cats ao redor do país, torcendo para as liars irem para a prisão para o resto da vida, Ali fechou o laptop e foi para o closet. Todas as suas roupas novas - principalmente brancas ou de cores claras, camisas, shorts e saias de vários tamanhos maiores do que usava- estavam penduradas em linha reta. Não era tudo dela... mas foi o preço que teve que pagar. Deslizou os cabides de um lado para o outro, e sentiu uma pequena pontada irritante dentro dela. Esta última fuga tinha lhe custado bastante coisa. Teve que se livrar de alguns dos Ali Cats - mas foi necessário. E depois havia Nick. Ela sonhava com ele escapando da prisão, encontrando-na, e exigindo saber como ela poderia ter culpado ele por tudo. Mas traí-lo foi necessário, também.

Bateram na porta. Ali se virou, com o coração batendo forte. "Sou só eu", disse uma voz. "Está pronta?"

O coração de Ali estava batendo forte. "Sim", disse ela.

"Estava prestes a sair para tomar café. Quer alguma coisa? Panquecas, talvez, como ontem? Ou uma omelete?"

Ali pensou por um momento. "Os dois", decidiu. "E um pouco de bacon", acrescentou ela. "E sumo de toranja, se encontrar alguns."

Uma sombra refletia na porta. "Tudo bem", disse a voz. "Volto daqui a pouco."

Ali ouviu as pegadas se afastando. Voltou para o closet e vestiu uma camiseta branca e uma mini-saia branca, extremamente curta, que encaixavam em seus quadris. Olhou-se no espelho e quase não reconheceu a menina que olhava nele, uma criatura maior, de difícil controle com o cabelo castanho e manchas, pele confusa. Foi apenas uma situação temporária, embora - em breve, voltaria a ser bela - era o que precisava ser agora: alguém que não seja ela mesma. A ninguém. A nada. Um fantasma, o que tornou ainda mais apropriado as roupas brancas.

Lá fora, um carro buzinou. Pensando em seu café da manhã, as pontadas cautelosas sumiram. O quão luxuoso era ter a fome como única preocupação? E todas as outras coisas? Não sentia que fizera uma merda. Só os fortes sobrevivem, apesar de tudo. E, em breve, teria uma vida nova. Melhor do que tinha há tempos.

E essas quatro vadias nunca mais teriam uma vida normal.

***


Traduzido por PLLSubs

7 comentários:

  1. Deuses como eu to ansiosa e ao mesmo tempo triste por esse ser o ultimo livro.
    Vou sentir tanta falta das Liars e espero que a Sara der a elas um final digno que não se esqueça de nada.

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    1. Oi Ophelia. Realmente é triste ser o último. Já comecei lendo sentindo saudades!!

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  2. não tem o livro completo em português ainda?

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    1. Não sabemos se a tradução ainda está disponível na internet. Oficialmente, o livro ainda não foi lançado no BR e nós não traduzimos, apenas resumimos os capítulos.

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  3. tem o livro todo traduzido?

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    1. Não sabemos se a tradução ainda está disponível na net.

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    2. obg por responder, desculpa ter mandado a pergunta duas vezes, não achei q tinha enviado. Mais uma vez obg

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