quarta-feira, 10 de abril de 2013

Twisted #9 - Prólogo e capítulos 1 ao 8




Prólogo - Some Friendships Never Die

Passaram-se dois meses desde que as Liars quase foram queimadas vivas em Poconos em um incêndio provocado pela verdadeira Alison Dilaurentis. Livres das mensagens de -A, mas não das terríveis lembranças de como toda a história terminou, Aria, Spencer, Hanna e Emily foram para a Jamaica, na companhia de Noel e Mike. Spencer estava solteira após Andrew ter terminado com ela; ele não aguentou a pressão do caso Ali D. e Emily ainda sofria com a descoberta de que a Ali por quem ela se apaixonou não foi a mesma Ali que retribui seus sentimentos e depois tentou matá-la. 

As Liars voltaram a ser amigas e prometeram que nada, nunca mais, iria separá-las. Todas estavam mega felizes em serem melhores amigas de novo e escolheram o resort The Cliffs, na Jamaica, para comemorar a nova fase e esquecer a anterior. O resort era um verdadeiro paraíso, com penhascos rodeados por um mar de água cristalina. Era primavera e o lugar estava lotado de adolescentes bonitos e ricos. Tudo perfeito.

Depois de entrarem no mar, as meninas, Noel e Mike voltaram para o resort para comer e beber. Hanna recebeu um sms oficializando a candidatura de seu pai ao senado. Spencer estava um pouco preocupada se conseguiria uma vaga na universidade de Princeton. Noel era só elogios para Aria; ele a surpreendera com o convite de uma viagem para a Islândia no próximo verão. Noel convidou Aria, Mike e Hanna para a viagem e todas as despesas seriam por conta dele. Aria não tinha como dizer não; ela viveu três anos na Islândia e sempre falou bem do lugar mas alguma coisa a incomodava quanto a essa viagem. Ela estava com um mal pressentimento, sem saber ao certo sobre o que era. 

Noel e Mike foram pegar bebida e Emily correu para o banheiro. Volta e meia ela se lembrava de Poconos e choramingava. Por mais que as meninas não falassem no assunto, a história de Alison/-A se espalhou pelo país. As pessoas estavam fascinadas por Alison, por sua personalidade, tanto que alguns afirmavam tê-la visto em diferentes lugares dos EUA.

Os meninos chegaram com as bebidas, Emily se recompôs e todos brindaram. Animados, todos foram para a pista de dança se juntar aos ao bando de adolescentes lindos, ricos e bronzeados.

De repente, Emily empalideceu, chamando a atenção das Liars. Emily fixou seu olhar na entrada do salão. Uma menina loira, de olhos azuis, sorriso irradiante e algumas cicatrizes de queimadura pelo corpo apareceu no corredor, com um vestido amarelo. As meninas não entenderam a reação de Emily e nem sabiam para o que ou para quem deveriam olhar. Para Emily aquilo era tão óbvio que ela achava que as meninas estavam se fazendo de desentendida. Como elas não perceberam que aquela garota era Alison?

DEZ MESES DEPOIS

1 - Pretty Little Party

A sra. Hastings organizou uma festa de boas vindas para os novos vizinhos, que se mudaram para a casa dos Cavanaugh. Spencer não estava muito animada para uma festa e nem sabia que sua mãe estava de volta aos eventos sociais. Depois que Spencer revelou que seu pai tinha um caso com a sra. DiLaurentis, Veronica e Peter se separaram. Peter saiu da casa da família e Veronica ficou morando com Spencer. Melissa se mudou para a Filadélfia.

A sra. H. surpreendeu Spencer na cozinha e pediu que ela se animasse já que sua amiga, Emily, estava lá para trabalhar na chapelaria. Spencer levou um susto. Emily estava na casa dela? Ninguém sabia, mas a verdade era que, depois da Jamaica, as meninas nunca mais se falaram. Todos achavam que elas ainda eram melhores amigas. A revista People, inclusive, que chegou a acusar as Liars de matarem Alison, publicou uma edição com as meninas na capa afirmando, definitivamente, que elas não eram mentirosas. O incidente de Poconos iria completar um ano e a imprensa estava ávida por saber como as meninas estavam. O interesse pela história de Alison e das Liars era tamanho que um canal de tv a cabo fez um filme sobre o caso, chamado Pretty Little Killer.

Spencer fingiu que adorou saber que Emily estava lá, mas tratou de se esconder na cozinha até que Melissa chegou e a abraçou. Depois de Poconos, as irmãs fizeram as pazes. Melissa estava super animada com seu novo namorado. Bem, ele não era tão novo assim; fazia quase um ano que ela estava com Darren Wilden. 

Wilden puxou papo com Spencer e a elogiou pela vaga que ela conseguiu em Princeton. Wilden pediu demissão da polícia de Rosewood para trabalhar no Philadelphia Museum of Art. Spencer ficava muito tensa na presença de Wilden. Apesar dele não ser mais policial, foi ele quem liderou o caso Alison DiLaurentis. A sra. H. apareceu na cozinha e exigiu que as filhas fossem para a sala, interagir com os convidados. 

Na porta da sala, uma amiga da sra. H., chamada sra. Norwood, falou que Veronica fez uma ótima escolha ao namorar com Nicholas Pennythistle. A sra. H. ficou super sem graça porque ela ainda não tinha contado para as filhas que estava saindo com alguém depois da separação. Melissa adorou saber que a mãe estava namorando e Spencer conteve-se, mas não disfarçou a indignação. Veronica disse que Peter já sabia do namoro e que seu namorado tinha dois filhos, Zachary, de dezoito anos, e Amélia, de quinze.

Na sala, Spencer viu algumas pessoas de Rosewood Day, como Naomi e Mason Byers, mas não teve a menor vontade de se juntar a eles e foi pegar uma bebida. Sem querer, ela cruzou seu olhar com o de Emily. As duas ficaram constrangidas e não se cumprimentaram. Spencer nem fazia ideia de quando tinha sido a última vez que falou com Emily. Ninguém precisava saber que elas não eram amigas, mas para o azar de Spencer, Wilden percebeu a troca de olhares. Se fosse em outros tempos, Spencer até se preocuparia, mas dessa vez, ele não tinha como saber o motivo daquele silêncio.

2 - Furs, Friends, And Far-off Giggles

Emily estava distraída arrumando os casacos quando foi surpreendida por uma velha esnobe que praticamente jogou seu casaco Burberry em cima dela. Spencer voltou para a cozinha e os olhos de Emily se encheram de lágrimas. Ela ficou desapontamento com a indiferença de Spencer e, ao olhar para a sala dos Hastings, lembrou da época em que as cinco amigas brincavam que ali era o Palácio de Versalhes. 

As lembranças de Emily foram interrompidas pela voz de sua mãe. A sra. Fields estava diante dela, austera como sempre, e pedindo que Emily ficasse atenta ao que estava fazendo. A sra. F. falou que Emily deveria agradecer a oportunidade de estar ali, já que era a única coisa que restou para ela depois de ter largado tudo. A mãe de Emily não se conformava e não entendia o motivo da filha ter saído da equipe de natação de Rosewood Day há um ano. Ela não se conformava com a desistência de Emily, que sem mais nem menos, saiu da equipe e foi para a Filadélfia. Um ano depois, lá estava Emily, desempregada e sofrendo com as rejeições das equipes de natação, que não a aceitavam.

Emily fez um carinho nos cachorros dos Hastings, que estavam do lado de fora de casa e se animou quando viu Aria. Meio sem jeito, as duas se falaram oi e trocaram algumas palavras até Noel chegar. Aria se despediu e Emily voltou a ficar melancólica ao ver a casa de Maya. As duas não se falavam há anos. Emily, então, ouviu um choro de criança e se voltou para o quintal dos Hastings, onde estava uma garota da sua idade com uma criança no colo.

A menina se desculpou pelo choro da criança e Emily disse que não tinha problema. Ela era Chloe Roland, a nova moradora da casa dos Cavanaugh. A criança era irmã dela e chamava Grace. Emily e Chloe começaram a conversar e a nova vizinha contou que iria estudar em Rosewood Day. Emily disse que estudou lá e, sem perceber, começou a chorar as pitangas para Chloe, dizendo que sua vida estava arruinada desde que abandonou a natação. Emily se desculpou e Chloe disse que ela parecia ser uma garota legal e que seu pai era um grande doador da Universidade da Carolina do Norte e poderia ajudá-la. Chloe se despediu e falou que se Emily quisesse, poderia ser babá de Grace para arrumar um dinheiro. Emily disse que sim e Chloe foi para sua nova casa. 

3 - Just Another Perfect Political Family

Hanna e Mike estavam no centro da Hollis para a gravação da primeira propaganda política de Tom, que estava concorrendo como senador da Pensilvânia. O lugar estava lotado e o cenário da gravação tinha como pano de fundo uma bandeira dos EUA. Hanna conheceu Jeremiah, o conselheiro número um da campanha de Tom. Quando Jeremiah disse que a gravação iria começar, Hanna levou um susto; ela não iria aparecer. Tom iria falar sobre os valores da família e deveria aparecer apenas com Kate e Isabel. O trio representava a família perfeita. Hanna ficou indignada porque seu pai só tornava público o que era conveniente para ele. Ela se perguntava se os eleitores sabiam que Tom abandonou Ashley para morar com outra mulher e esqueceu da filha biológica por uns anos.

Tom justificou a ausência de Hanna na gravação devido a exposição que ela teve na mídia por conta da história de -A. Hanna se revoltou, aconteceu um bate boca entre Tom, os assessores, Hanna e Kate e acabou que Hanna participou da gravação. Quando a filmagem terminou, Hanna foi elogiada por um assistente de um dos assessores de Tom. Ele disse que Hanna arrasou no vídeo e que roubou a cena. Ele se apresentou como Patrick Lake e entregou seu cartão para Hanna, dizendo que adoraria fotografá-la em seu estúdio. Hanna não cabia em si de felicidade, porque ela sabia que Kate tinha visto e ouvido tudo.

4 - And Now Arriving From Helsinki...

Aria e Noel estavam namorando no sofá da casa de Ella. Os dois estavam sozinhos em casa e Noel queria levar Aria para o quarto, mas ela disse não. Fazia quase um ano que eles estavam juntos e ainda não tinha acontecido nada. Nem Aria sabia o motivo mas ela não sentia muita vontade de dormir com Noel. Ela sempre gostara dele até Ali dizer que ele não se interessava por ela. As vezes, Aria se lembrava disso e achava que ela nem era o tipo de garota que Noel deveria namorar e, outras vezes, ela achava que Noel não era o tipo de garoto que ela deveria namorar. 

Nem mesmo Aria sabia ao certo porque ela não se entregava de uma vez para Noel. Não que ela fosse puritana ou quisesse se fazer de santinha; sua primeira vez tinha sido com dezesseis anos, na Islândia. Noel falou que Aria estava estranha ultimamente e ela tratou de negar, mesmo sabendo que ela escondia segredos de Noel que ele jamais poderia saber. A conversa entre o casal foi interrompida com a chegada de Ella e seu novo namorado, Thaddeus. Apesar de ser liberal, Ella não gostava que Aria ficasse sozinha em casa com Noel.

Noel calçou os sapatos e disse para Aria que precisava ir até o aeroporto para recepcionar uma pessoa que iria se hospedar na sua casa, que era um estudante em intercâmbio. Noel falou que seus pais apenas o avisaram na noite anterior que a família iria receber um estudante. Aria adorou a ideia e se empolgou quando Noel disse que o estudante era da Finlândia. Os dois foram para o aeroporto e Noel pegou uma plaquinha escrito HUUSKO, para que o estudante o identificasse. Noel falou que o primeiro nome do garoto era Klaudius ou algo do tipo. Ele não sabia muita coisa sobre o estudante. Aria e Noel ficaram meio perdidos porque nenhum menino foi até eles e não restava muitas pessoas na área de desembarque. De repente, uma voz feminina chamou por Noel. Quando eles olharam, viram uma garota loira, com um jeans justíssimo, seios grandes e batom vermelho. Era Klaudia, a estudante que os Kahn iriam hospedar, e que Noel pensou que fosse um garoto. 

5 - Meet The Pennythistles

Spencer e Melissa estavam com a sra. Hastings no Goshen Inn, um restaurante, para jantar com o novo namorado da mãe. Spencer não estava nada empolgada, enquanto Melissa puxava o saco da mãe. Veronica falou que o namorado era um empreendedor super bem sucedido no ramo imobiliário. 

Ele se chamava Nicholas Pennythistle. Veronica ficou meio sem saber como agir quando ele chegou no restaurante, acompanhado de sua filha mais nova, Amélia. Seu outro filho chegaria depois. Nicholas disse que os dois filhos estudavam no colégio St. Agnes, conhecido por ter os alunos mais esnobes da região. Spencer fez alguns comentários irônicos para Nicholas, que se entendeu melhor com Melissa. O namorado de Veronica adorava contar vantagem e se gabar das conquistas dos filhos.

Nicholas falou que sua filha tinha feito um curso de verão na UP, a universidade que Spencer iria estudar. Spencer ficou preocupada porque ela também fez um curso na UP e conheceu uma garota, estudante do St. Agnes, que chamava Kelsey. As duas ficaram amigas antes de se meterem em uma confusão. Spencer temeu que Amélia conhecesse Kelsey. Nervosa, ela se levantou e disse que ia ao banheiro.

Na televisão do restaurante, estava passando a propaganda do telefilme das Liars. Spencer parou para prestar atenção e um rapaz puxou papo com ela. Eles começaram a conversar e o rapaz se apresentou como Zack. Os dois se entenderam de cara e engataram um papo animado até Spencer se dar conta que ele era o filho do namorado de Veronica. Spencer adorou o novo amigo e ficou meio a fim dele. Mais animada, ela voltou para a mesa, na companhia do futuro meio-irmão.

6 - Oh, Those Insecure Pretty Girls

Hanna e Mike estavam no auditório do teatro da escola e ele perguntou sobre como ela estava se sentindo quanto a sua estréia na tv. Mike se referia ao telefilme e Hanna pensou que ele estava falando sobre a propaganda política de Tom. Hanna disse que tinha certeza que ela seria cortada do comercial, para Tom aparecer apenas com Kate e Isabel, sua família perfeita.

Hanna sabia que Kate iria se gabar quando o comercial começasse a passar na tv e Hanna não iria admitir aquilo. Mas Hanna sabia como fazer Kate ficar por baixo; era só ela entrar em contato com Patrick, o fotógrafo que disse que ela tinha tudo para ser modelo. Hanna sempre quis aparecer na tv e nas revistas. Quando ela e Mona eram amigas, as duas passavam horas brincando de modelo e apresentadoras de tv. Hanna pegou o cartão de Patrick e disse que iria ligar para ele. Ela falou para Mike que já tinha visto o perfil dele no facebook e que ele já tinha fotografado para editoriais importantes. Mike disse que Patrick só queria se aproveitar de Hanna, que aquela história de modelo era só uma desculpa para ela ir ao estúdio e ele dar em cima dela. Mike falou que Patrick era igual a um cara doido que perseguia Aria na Islândia com a mesma conversa e perguntou se Hanna queria que ele mandasse uma mensagem para a irmã para ela confirmar a desconfiança dele. Hanna disse que elas não eram mais amigas e que já estava decidido que ela iria ligar para Patrick.

Mike falou que se ela ligasse, ele terminaria com ela. Hanna se levantou e disse que ia ao banheiro, de maneira ríspida. Mike achou que ela estava brincando, mas ela não estava. Hanna ignorou Mike e ligou para Patrick, que adorou a ligação e marcou um encontro com ela no dia seguinte, em seu estúdio na Filadélfia.

7 - Touchy-feely

Era segunda-feira a noite e Emily estacionou seu carro em frente a antiga casa dos Cavanaugh, que agora era da família Roland. Emily iria tomar conta de Grace, a bebê que ela conheceu na festa dos Hastings. 

Emily sentiu uma sensação estranha quando entrou na casa em que Jenna e Toby moraram. Chloe estava arrumando suas coisas e perguntou para Emily porque ela abandonou a natação. Chloe disse que jogava futebol e, assim como Emily, de uma hora pra outra, saiu do time e seus pais ficaram desapontados com ela. Chloe disse que seus pais não entenderiam seus motivos. Quando Chloe mexeu no guarda-roupa, Emily viu uns rabiscos na parede. Eram rabiscos de Jenna. Chloe percebeu o desconforto de Emily e perguntou se ela conhecia os antigos moradores da casa. Chloe contou que foi contra a decisão dos seus pais de se mudarem para aquela casa, que ela sabia que estava carregada de energia negativa. Chloe falou que reconheceu Emily do noticiário e comentou que deveria ter sido horrível toda aquela situação com Alison. 

Emily ficou nervosa com a situação e um monte de coisa começou a passar em sua cabeça. Ela lembrou de Poconos, depois da Jamaica, de como todas elas estavam felizes por serem amigas novamente. Tudo mudou quando Emily viu aquela garota loira no salão. Emily afirmava que era Alison. Nenhuma das Liars concordou, afinal, todas viram a cabana explodir e o fogo destruir tudo. Emily não conseguia tirar os olhos da menina loira de vestido amarelo, que se aproximou do bar e jogou charme para o garçom. Tinha que ser Alison. As meninas insistiram que Emily deveria superar Ali e entender que ela estava morta. Elas achavam que Emily ainda tinha esperança de Ali estar viva porque era apaixonada por ela, mas a verdade é que Emily achava que Ali estava viva porque Emily deixou a porta da cabana aberta para ela fugir. Como Emily não contou esse detalhe para as meninas, elas achavam que Em ainda estava apaixonada e por isso tinha esperanças. 

As lembranças de Emily foram interrompidas por um grito de Chloe, que se assustou quando viu seus pais em casa. O sr. e a sra. Roland se lembraram de Emily da festa dos Hastings e disseram que ela não precisaria ficar com Grace, que eles cuidariam dela mas a pagariam pelo serviço. Emily disse que não precisava e os Roland insistiram para que ela aceitasse o dinheiro. Chloe combinou de almoçar com Emily na escola e Emily se sentiu feliz, como não se sentia há muito tempo. Ela estava feliz em ser amiga de Chloe. O sr. Roland, então, perguntou sobre a natação para Emily e disse que tinha muita influência na UCN, deixando Emily empolgada. Os Roland acompanharam Emily até a porta; Chloe e a mãe foram na frente e Emily estava atrás, com o sr. Roland, que entregou o dinheiro para ela. Depois de pagar Emily, ele colocou a mão em seu ombro e deslizou para sua cintura, apalpando seu quadril. Emily ficou perplexa, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Em seguida, ele se despediu de Emily como se nada tivesse acontecido.

Emily foi para a calçada meio zonza, se perguntando se aquilo realmente aconteceu. Um bipe soou dentro de sua bolsa e ela voltou a si. Uma nova mensagem de texto de Spencer Hastings. Emily apertou ler. A mensagem dizia: encontre-me na frente da caixa de correio de Ali. Eu tenho algo para você.

8 - You’ve Got Mail!


Aria estava no sofá da casa de Byron ao lado de Mike. Enquanto Aria tentava meditar, Mike jogava videogame aos berros. Meredith passou pela sala com Lola, a filha dela com Byron. Aria percebeu que Mike estava mais agitado do que o normal e perguntou se tinha acontecido alguma coisa entre ele e Hanna. Mike desconversou e começou a falar de Klaudia, a garota do intercâmbio que estava na casa dos Kahn.


Mike só elogiava Klaudia, dizendo invejar Noel por morar na mesma casa que ela. Aria ficou um pouco irritada. Ela não sabia se deveria desconfiar de Noel. Ela chegou a duvidar que ele não sabia que o estudante era na verdade uma estudante. Mas Aria sabia que não tinha motivos para desconfiar de Noel, que aquilo não passava de uma crise de ciúme provocada pelos comentários de Mike. Teve uma época em que Aria pensou que Noel gostasse da verdadeira Alison, mas logo ela teve certeza que ele não gostava. E foi só lembrar de Ali que Aria, instantaneamente, se lembrou da Jamaica. 

Na festa, depois que Emily afirmou que Ali estava no salão, Aria se separou de Noel por um minuto e quando foi atrás dele, viu que ele conversava com uma garota loira no bar. Aria ficou possuída de ciúme e foi em direção a Noel. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a garota que estava ao lado dele se virou e disse: ei, Aria. Eu sou Tabitha.

Um arrepio percorreu a coluna de Aria. 
— Como você sabe meu nome?
— Seu namorado me disse. — Ela deu um tapinha no ombro de Noel, brincando. — Não se preocupe, ele é um bom garoto. Não é como o resto, que são trapaceiros. 

A menina era a garota que Emily disse ser Ali. Aria ficou mega incomodada com a observação sobre os garotos trapaceiros. Ao que ela se referia? A traição de Byron? A traição da própria Aria, que saiu com Ezra enquanto namorava Sean? E como ela sabia daquilo? Tudo bem que as PLL estavam na mídia, mas esse tipo de informação nunca fora divulgada. Aria olhou cautelosamente para as queimaduras nos braços da garota. Claramente, Tabitha tinha sofrido algum tipo de desastre de grandes proporções. Algo horrível, talvez até mesmo um incêndio. Mas isso não significa que Emily estava certa.

Dirigindo pela antiga rua dos DiLaurentis, Aria ainda tinha a sensação de que estava visitando um cemitério. A antiga casa de Mona Vanderwaal ficava no início da rua, as janelas estavam escuras, as portas bem fechadas e havia uma placa de VENDE-SE no jardim da frente. A casa dos Hastings estava iluminada como um bolo de aniversário, entretanto, Aria não podia deixar de olhar para o quintal e a floresta destruídos, que levariam anos para se recuperar do fogo que a verdadeira Ali havia começado.  

Aria voltou para o presente quando viu um farol na velha garagem dos DiLaurentis. Uma silhueta apareceu na antiga caixa de correio de Ali, pulando de um pé para o outro, em um claro esforço para se manter aquecida. Aria dirigiu até o meio-fio e desceu do carro. Não era Hanna, e sim Emily. 

— O que você está fazendo aqui? — Aria perguntou.
Emily parecia tão surpresa quanto Aria. 
— Spencer me mandou uma mensagem. Ela enviou mensagem para você, também? 
— Não, Hanna mandou.
— Mandei o que?
Elas se viraram e viram Hanna sair de seu Prius, seu cabelo castanho enrolado em um coque. Aria ergueu seu celular. 
— Você me mandou vir aqui.
— Não, eu não mandei. — Hanna parecia confusa. — Estou aqui porque Emily me mandou uma mensagem.
Emily franziu a testa. 
— Eu não enviei uma mensagem para você.

Elas ouviram um barulho e todas se viraram. Spencer apareceu nos arbustos que separavam sua casa da dos DiLaurentis. 

— Você disse para todas virem, Aria? 
Aria soltou uma risada desconfortável. 
— Eu não mandei ninguém vir.
— Sim, você mandou. Spencer empurrou o celular na cara de Aria. Me encontre na frente da caixa de correio de Ali. Eu tenho algo para te mostrar.

— Eu estava trabalhando de babá aqui na rua. — disse Emily com a voz trêmula. — Quando a mensagem chegou, eu olhei para a caixa de correio de Ali e vi alguém aqui. Eu pensei que fosse você, Spencer, já que você me mandou a mensagem. 

— Não fui eu — disse Spencer com a voz rouca.

As meninas se encararam por um momento. Aria poderia dizer que elas estavam pensando a mesma coisa. A pior coisa possível.

— Ok, ha ha. — Spencer virou e encarou o quintal escuro dos DiLaurentis. — Muito engraçado! Você pode sair agora, perdedor! Sabemos que tem alguém aí!

Ninguém respondeu. Nada se moveu no pátio ou na floresta. O coração de Aria começou a acelerar. Parecia que algo ou alguém estava a espreita, observando, esperando, se preparando para atacar. O vento soprava, e Aria, de repente, sentiu um cheiro de fumaça e gás. 

Foi o mesmo odor horrível que ela sentiu na noite em que Ali incendiou a floresta. O mesmo cheiro que ela sentiu na noite em que a casa em Poconos pegou fogo.

— Eu estou indo embora. — Aria estendeu a mão e mostrou a chave do carro. — Eu não estou com disposição para isso.

— Espere! — Emily gritou. — O que é isso?

Aria se virou. Havia um pedaço de papel preso do lado de fora da caixa de correio dos DiLaurentis, que balançava com o vento. Emily se aproximou e pegou o papel. 

— Isso não é seu! — Hanna exclamou. — Provavelmente é só lixo que esqueceram de recolher!

— Lixo que tem nossos nomes nele? — Emily agitou um envelope branco. 

Estava escrito Spencer, Emily, Aria, e Hanna na frente do envelope em letras garrafais.

— Que diabos? — Spencer sussurrou, parecendo mais irritada do que com medo.

Hanna pegou o envelope de Emily. Spencer ligou a lanterna de seu iPhone e iluminou o que tinha dentro do envelope. Era um papel dobrado, recortado, aparentemente, de uma revista. Ela desdobrou e viu uma foto recente da verdadeira Ali, quando ela voltou da Preserve. PEQUENA ASSASSINA, dizia a legenda. Neste sábado às 08:00 P.M.

Hanna virou o papel. Era um cartão postal. Na frente, uma foto de um mar azul cristalino cercado por penhascos. No topo do penhasco, havia um resort com uma enorme piscina, espreguiçadeiras, chalés, um deck com cobertura e um restaurante. Hanna engasgou. 

— É...? 
— Não pode ser. — Spencer sussurrou.
— É. — Emily apontou para mosaico de abacaxi no fundo da piscina. — O Cliffs.

Aria afastou-se do cartão postal como se ele estivesse pegando fogo. Ela não tinha visto uma foto do Cliffs em quase um ano. Ela tinha excluído todas as fotos daquelas férias. Ela se desmarcou das fotos do facebook de Mike e Noel, na praia, no jantar, em um caiaque e no mergulho nos recifes.

Ela sabia que naquelas fotos elas fingiam que estavam se divertindo enquanto a verdade é que escondiam algo terrível. Ver qualquer coisa daquele lugar a deixava doente. Uma cena se formou em sua mente: Tabitha no bar, sorrindo para Aria. Olhando para ela como se soubesse exatamente quem ela era. E quais eram seus segredos.

— Quem poderia ter mandado isso? — Hanna sussurrou.
— É apenas uma coincidência. — disse Spencer. — Alguém está brincando com a gente. — Ela olhou em volta novamente para ver se alguém se escondia nos arbustos ou na antiga varanda dos DiLaurentis, mas tudo ficou em silêncio. Parecia que elas eram as únicas pessoas que estavam na rua aquela hora. Hanna virou o cartão postal e forçou a vista para ler a mensagem. 

— Oh meu Deus!
— O quê? — Spencer perguntou. Hanna não respondeu, apenas balançou a cabeça freneticamente e deu o cartão para ela. Uma a uma, cada menina leu o que estava escrito na parte de trás. Aria focou nas letras maiúsculas. Seu estômago revirou e sua cabeça começou a rodar.

Ouvi dizer que a Jamaica é linda nesta época do ano. 
Pena que as quatro nunca poderão voltar lá.
Eu senti saudades de vocês! –A

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